Comparação de Técnicas de Colheita e Processamento para Enxerto de Gordura e Isolamento de Células-Tronco Adiposas
A prática da enxertia de gordura ganhou destaque nos últimos anos, particularmente em aplicações estéticas e reconstrutivas.
Este artigo explora métodos de processamento de gordura para enxertia, avaliando seu impacto na retenção do enxerto e abordando técnicas de extração de gordura e métodos de processamento.
Métodos de Extração e Processamento de Gordura
A extração de gordura pode ser realizada por diversos métodos, incluindo lipoaspiração assistida por sucção manual ou mecânica, lipoaspiração assistida por ultrassom e tecnologias baseadas em energia. A lipoaspiração assistida por ultrassom, em particular, é amplamente utilizada no contorno corporal, mas existem dúvidas sobre a retenção de gordura extraída por esse método. O estudo aqui resumido teve como primeiro objetivo comparar a qualidade do tecido adiposo após lipoaspiração assistida por ultrassom e por sucção, utilizando um modelo de camundongo nu para avaliar a retenção do enxerto.
Houve também interesse em sistemas de filtração para coleta e separação rápidas de frações fluidas, especulando-se que material rico em células-tronco adiposas (fração vascular estromal) poderia estar presente na camada aquosa. Para investigar isso, a gordura extraída foi coletada em um sistema de filtração, e tanto o filtrando quanto o filtrado foram analisados quanto à composição e retenção em modelo animal.
Comparação de Técnicas de Processamento de Gordura
O segundo objetivo do estudo foi comparar três técnicas comuns de processamento após a colheita de gordura por lipoaspiração assistida por sucção: filtração, rolagem com gaze de algodão e centrifugação (método Coleman). As análises incluíram determinação da composição do enxerto e retenção em modelo de camundongo nu.
Os resultados mostraram que a filtragem efetivamente removeu as porções aquosa e oleosa do lipoaspirado, produzindo um filtrando injetável quase puro. Ambas as técnicas de extração seguidas por filtragem resultaram em baixas frações de óleo e quantidades similares de células da fração vascular estromal. Os enxertos de gordura filtrada demonstraram alta retenção em comparação com os controles não filtrados. O tamanho dos poros do filtro não afetou a retenção do enxerto.
Quanto às técnicas de processamento, a rolagem com gaze de algodão provou ser a mais eficiente na remoção da fração de óleo, seguida pela filtração. Todos os três métodos resultaram em enxertos de gordura bem incorporados in vivo, com a técnica de gaze de algodão mostrando a melhor retenção de volume do enxerto. A retenção de enxertos de gordura processada por filtração foi comparável ao método de centrifugação Coleman.
Este estudo demonstra que a gordura colhida por lipoaspiração assistida por ultrassom tem a mesma taxa de retenção in vivo que a gordura obtida por lipoaspiração assistida por sucção, após processamento por filtragem. A técnica de rolagem com gaze de algodão otimiza a retenção do enxerto e o rendimento da fração vascular estromal, sendo mais apropriada para áreas do corpo onde a retenção ótima é crucial. A filtração surge como alternativa razoável para grandes volumes de enxerto. Em resumo, este estudo fornece insights valiosos para práticas de enxertia de gordura, destacando a eficácia de diferentes métodos de processamento.
Convidamos os leitores a baixar o artigo completo em PDF para uma compreensão aprofundada deste estudo inovador e suas implicações na prática clínica da enxertia de gordura.